top of page

Bagé: Coreto Municipal é revitalizado, saiba um pouco da história desse Patrimônio Histórico


Arquivo/Prefeitura de Bagé

Nesta quinta-feira, 5, às 17h30, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDI) realiza, na Praça Silveira Martins, o ato de entrega da revitalização do prédio do Coreto Municipal. O prédio, que foi inaugurado no dia 15 de novembro de 1927, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), que chancelou o projeto de revitalização, encaminhado sob responsabilidade técnica da Arquiteta e Diretora da SDI, Joelma Silveira, informa o titular da SDI, Bayard Paschoa Pereira. Segundo Joelma, a cor que será adotada agora é a original e foi buscada através de um processo de prospecção.

O prédio acolhe o projeto Artesanato do Pampa Gaúcho, integrante do Programa Arranjos Produtivos Locais, e é administrado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – SDI. De acordo com Bayard, a revitalização iniciou ano passado quando foi recuperada e pintada a parte interna. Também foram reformadas as redes: hidráulica e elétrica “Agora, estamos finalizando os reparos na área externa.

O trabalho envolveu a recuperação das aberturas, luminárias, floreiras e pavimento do entorno do prédio”, conta. Segundo Bayard, a recuperação externa deve custar cerca de R$ 25 mil, incluindo material e mão de obra, valor muito abaixo do inicialmente previsto, pois é fruto do envolvimento de servidores do quadro na execução das obras.


História do Coreto

De acordo com a pesquisadora Elisabeth Macedo de Fagundes, em seu livro Inventário Cultual de Bagé, a história do Coreto iniciou bem antes de sua construção, quase na virada do século. Com a chegada da luz elétrica, inaugurada em 4 de junho de 1899, clarearam-se os espaços e a segurança melhorou. A população, que só conhecia o sarau das salas de visita e de espetáculos, descobriu o tempo noturno pelas alamedas da praça. O intendente José Octávio Gonçalves contratou, então, a firma Prati & Rossel para construir, na Praça Voluntários da Pátria (hoje, Silveira Martins), uma espécie de “Quiosque”.

A pesquisa de Elisabeth revela que João Prati Filho e Martin Rossel ergueram então, um “chalet” coberto de zinco, inaugurado em 9 de setembro de 1899.O contrato dizia que a firma poderia explorar o negócio durante 12 anos, findo os quais passaria para a intendência. O quiosque funcionou durante 28 anos.

Durante algum período, foi denominado “Chalet América”, explorado por Antônio Fernando de Oliveira. Na administração municipal de Carlos Mangabeira, ficou decidido reformular a praça. Foi quando iniciou a construção do Coreto. O projeto foi do engenheiro civil Lincoln Proença Borralho, secretário de Obras Públicas da Administração Municipal. Por ocasião das comemorações da data de emancipação política do Brasil, o Coreto foi festivamente inaugurado. Em 2007, por força de lei, a estrutura recebeu o nome de Coreto Engenheiro Lincoln Proença Borralho.


Palco de comícios

O local, além de abrigar as bandas musicais e peças teatrais, foi palco de grandes comícios da cidade. Importantes figuras da política bajeense e expressivos nomes da política nacional ocuparam a tribuna para fazer eloquentes discursos de campanha de suas candidaturas. Entre eles Juarez Távora, Ademar de Barros, Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek.

Segundo pesquisas do jornalista Mário Lopes, fatos curiosos tiveram como palco o Coreto. Ele afirma que o escritor gaúcho Ivan Pedro Martins, autor de Fronteira Agreste, narrou curioso fato ocorrido no Coreto de Bagé. Revela que o escritor Pedro Wayne, durante um comício no qual proferia um violento pronunciamento contra o Integralismo, foi ameaçado de morte. Ao ver uma pessoa apontando uma arma contra o orador, Luiz Mércio Teixeira, corajosamente colocou-se em frente deste, de peito aberto, em gesto de grande bravura. A parte inferior do Coreto abrigou, durante muitos anos, o Bar & Café, cujos frequentadores, sentados a mesas colocadas ao redor, depois do sol posto, bebiam cerveja, gasosa, discutiam política, entoavam velhas canções, dedilhavam modinhas e faziam poesia, enquanto a noite avançava. Um dos proprietários foi Heraldo Duarte. Funcionou também ali uma mercearia, abrigo de motorista de “carros da praça”, sanitários e uma estrutura de informações turísticas.


 
Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
resize_1386963094.jpg
bottom of page