Carvão de Candiota é tema de cartilha
- Jornal Gente
- 4 de out. de 2018
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A publicação destaca as diferentes tecnologias de uso mais limpo do mineral
O dia 4 de outubro se comemora o Dia da Natureza, data dedicada a conscientizar a sociedade a refletir sobre métodos sustentáveis de utilizar o meio ambiente, sem danificá-lo. Na Região da Campanha o carvão mineral, a maior riqueza econômica, volta e meia tem seu papel questionado principalmente por grupos radicais de ativistas do Meio Ambiente, como o Greenpeace. Neste sentido o JORNAL GENTE apresenta ao nosso leitor um trabalho de grande significância apresentado no 5° Seminário de Energia que foi realizado em fevereiro em Candiota, cidade que está inserida a maior jazida de carvão mineral do Brasil. As suas reservas de carvão são de 1 bilhão de toneladas passíveis de serem mineradas a céu aberto, em profundidades de até 50 metros e abastece hoje duas usinas termoelétricas, indústria de cimento, podendo também ser ampliado na indústria de papel celulose, nas indústrias de cerâmica, alimentos e secagem de grãos. Sendo identificados como o “Pré-Sal” da Região.
O Laboratório de Energia e Carboquímica (LEC) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) – campus Bagé – lançou em fevereiro deste ano a cartilha “Carvão de Candiota – Uma nova visão”. O material foi produzido para divulgar os resultados obtidos no projeto “Desenvolvimento de Tecnologias em Energia e Carboquímica na Região da Campanha”, que contou com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) do Estado que mantém o Programa de Apoio aos Pólos Tecnológicos.
A publicação aborda o carvão da jazida de Candiota. O documento destaca as diferentes tecnologias de uso mais limpo do mineral, com foco nas tecnologias de gaseificação e pirólise do carvão, bem como caracterização dos produtos e coprodutos desses processos. “Tanto a gaseificação quanto a pirólise são tecnologias de conversão termoquímica do carvão, isso é, são diversas reações de transformação química que ocorrem em função do aumento da temperatura. A diferença entre elas é que a gaseificação ocorre com quantidade subestequiométrica de oxigênio, de forma a prevalecer a produção de hidrogênio e monóxido de carbono (syngas – gás de síntese), e na pirólise existe ausência completa de oxigênio, consistindo somente numa degradação térmica”, explica a professora doutora Ana Rosa Costa Muniz, que é pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Energia e Carboquímica da Unipampa.
O Grupo de Pesquisa em Energia e Carboquímica (GPEC) da Unipampa está desenvolvendo linhas de pesquisa no LEC, voltadas ao completo aproveitamento do carvão. Entre elas estão o enriquecimento da fase gasosa em metano e aplicação na geração de energia elétrica em microturbina existente no LEC; desenvolvimento de novos produtos químicos (carboquímica) e de catalisadores para a carboquímica; recuperação e aproveitamento de cinzas na produção de zeólitas como catalisador, adsorvente e no desenvolvimento de cerâmicos, bem como produção de enxofre e de polímeros.
A maior parte do material foi distribuída no 5º Seminário Internacional Energia para o Desenvolvimento – O Papel Estratégico das Empresas Públicas, realizado nos dias 9 e 10 de abril deste ano, no Centro Cultural Candiota I, pela Unipampa, Sindicato dos Mineiros de Candiota, prefeitura e Câmara de Vereadores de Candiota, e pelo Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Rio Grande do Sul (Sintec-RS).
Defensor da utilização do carvão mineral para produção de energia elétrica e para indústria carboquímica, visando à geração de empregos e renda na região, o ex-vereador bageense e pré-candidato a deputado estadual Caio Ferreira (PCdoB), considera de extrema importância a cartilha para que as pessoas conheçam o projeto. “Além da contribuição tecnológica com a nossa região por parte da professora Ana Rosa, idealizadora do projeto”, ressalta Caio.
Crédito: Divulgação
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