Prefeitura de Bagé aponta dívida milionária
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Foto: Divulgação
A Prefeitura de Bagé apontou uma dívida milionária que diz ser governo anterior, do PT, em precatórios, fator para inviabilizar o Carnaval 2019 de Bagé. E, o Partido dos Trabalhadores responde que é incompetência do prefeito atual, Divaldo Lara. A Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), anunciou nesta quarta-feira (09), que após análise de custos necessários para a realização do desfiles de entidades carnavalescas, tendo em vista as dificuldades financeiras enfrentadas nos últimos tempos, como o bloqueio de mais de R$ 8 milhões por dívidas de precatórios adquiridas pela gestão anterior, o município não realizará a festa de Carnaval em 2019. De acordo com a titular da pasta, Anacarla Flores, a Secult entendeu inviável economicamente a realização dos desfiles, na certeza que as entidades e o público merecem uma estrutura digna para o evento, o que não é possível diante da crise econômica do município. Anacarla ainda destaca que entende que o Carnaval é uma das mais importantes vertentes culturais do país. Desta forma, a secretária informa que a Prefeitura continua apoiando e realizando as atividades que não envolvam aporte de recursos, e manterá as ações do projeto Samba na Praça, que acontecem a partir deste sábado (12), das 11h às 14h, na praça Silveira Martins. O projeto deve encerrar no último final de semana de fevereiro.
Já o tradicional Carnaval do Meio- Dia, que percorre a principal avenida da cidade, com o desfile de blocos, como o Galo Caixeiro do Meio-Dia, no sábado de folia, terá o apoio do município com a logística e parte da estrutura, como a corda, banheiros químicos e interrupção das ruas, o que não vai gerar custo aos cofres públicos.
A secretária finaliza ressaltando que o Carnaval de Bagé precisa de uma reestruturação e a busca da auto-suficiência de recursos. “Neste sentido, chamaremos as entidades interessadas para que a partir do mês de março possam trabalhar de forma conjunta com a Secretaria de Cultura para a retomada da festa em 2020”, disse.
Resposta do Partido dos Trabalhadores: A decisão anunciada pela Prefeitura para o presidente do PT de Bagé, Flavius Dajulia, é a confissão da completa incompetência ao não ajudar na realização do carnaval de rua de Bagé. Dajulia lembra que no primeiro momento o governo "veio" com a conversa que não poderia ajudar as entidades em razão de que uma dessas entidades não prestou contas no ano anterior e era o principal motivo para a não disponibilidade de gastos. "O prefeito Divaldo Lara sempre alardeou que era um bom administrador que tinha diversos postos e que iria administrar Bagé, isto porque, o problema do município nunca teria sido financeiro, mas sim de ordem de gestão, de incopetência administrativa. Apesar de tudo que o PT realizou em 16 anos como a Unipampa, o Ifsul, os refeitórios nas escolas, a revolução na saúde que partimos de cinco para mais de 20 postos de saúde, entre outras tantas realizações que o PT e seus aliados na época realizaram na cidade", salienta. O petista aponta que agora a Prefeitura atesta, confessando sua incopetência ao não conseguir fazer um planejamento da festa mais popular brasileira, que é o carnaval. "De uma história linda que esse evento tem na nossa cidade, basta resgatar tudo que aconteceu aqui nos idos do carnaval do passado e nos últimos tempos, - grandes carnavais onde as próprias entidades conseguiam recursos para isso e tinha também a parceria do poder público".
Para Dajulia o governo Divaldo não consegue nem ajudar a organizar as entidades. Pelo contrário, o prefeito inclusive usou uma escola de samba no último carnaval para sua auto promoção. Ajudou para se promover, mas o Ministério Público (MP) acabou com a tentativa.
Em relação aos precatórios, lembra o dirigente, que quando o PT assumiu a prefeitura em 2000, foi herdado, em alguns casos, mais de 24 meses de salários atrasados dos municipários pelo governo anterior ao petista. "Colocamos em dia no primeiro mês , resgatando inclusive a economia do município com essa ação. Isto porque o comércio não conseguia mais nem vender para o funcionalismo público que é a maior categoria da cidade", aponta que esse fator resgatou a autoestima, a dignidade dos municipários que na época todos começaram a receber em dia, nos 16 anos de governo PT, sem nunca ocorrer ameaças de possíveis atrasos por problemas, fosse em razão do governo passado ou outros problemas, fazendo referência o que ocorre, vez ou outra, nos últimos meses para efetivar o pagamento da folha. "Recebemos precatórios de outros governos porque os precatórios vão surgindo e acontecendo em todos os governos, foi antes do PT, durante nossos governos e vão surgir no governo atual. Quando assumimos recebemos também precatórios. Conseguimos parcelar e foi no governo de Luiz Fernando Mainardi que começou os pagamentos. Foram vários milhares de reais pagos em precatórios. Foi realizado negociação com o sindicato para pagar. No governo Luiz Eduardo Colombo seguimos pagando, só que os precatórios são ações judiciais que a prefeitura acaba sendo condenada e que acontece em todos os governos e a prática até então era de ir negociando e tentando viabilizar a prefeitura. Agora, a justiça manda que seja pago os precatórios e é sua obrigação pagar", enfatiza. Dajulia diz que o prefeito Divaldo Lara tem que planejar o pagamento. "O que ele não faz é planejamento dos pagamentos do precatório. O que ele não faz é adminstração pública, o que ele faz é não administrar bem o dinheiro do muncípio. E o que são vistos nos últimos episódios, são as contratações de tantos e tantos RPAS. Gastando milhares de recursos para fazer campanha eleitoral. Para o presidente do PT, o que o prefeito Divaldo Lara fez foi contratar mais de 300 CCs e outra questão levantada foi o fato do paganeto de R$ 500 mil por mês para uma empresa no Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) sem precisar que essa empresa terceirizada esteja lá, já que os funcionários do Daeb sabem e podem fazer a gestão do Departamento tranquilamente. "O que o prefeito fez foi dispensar a licitação do lixo e pagar a mais daquilo que precisa ser pago para empresas. O que essa prefeitura faz é totalmente suspeita: gasta, esbanja dinheiro. Atira dinheiro para cima em diárias, em contratações e contratos desnecessários de terceirizadas", sentencia. "O prefeito devia planejar melhor o dinheiro e ter recurso sim para ajudar o carnaval e outras festas importantes do nosso município, - Não é verdade que não vai dar dinheiro para o carnaval em razão dos precatórios deixados pelo PT e de outras gestões. Isso é uma invenção do prefeito! Na verdade ele ainda não desceu do palanque, continua lá atacando o PT injustamente para justificar a sua própria incopentencia", concluiu.