Câmara de Vereadores de Bagé apresenta Moção de Apoio em defesa das estatais gaúchas

O plenário Lígia Almeida da Câmara de Vereadores de Bagé foi palco, na quinta-feira (14), da primeira atividade regional de porte do ano para debater a proposta de Emenda à Constituição (PEC 272/2019) enviada pelo governador Eduardo Leite que propõe a retirada de exigência de plebiscito para que o Estado possa privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).

“Após as manifestações da sessão especial, suspenderemos a sessão da comissão representativa, para que aqueles vereadores que apoiam a causa dos sindicatos dos trabalhadores e do movimento que contribui com a nossa economia local possam assinar a Moção de Apoio a uma causa que apresenta números expressivos injetados na cidade, são mais de R$ 7 milhões em vale alimentação que giram na economia de Bagé e também da inserção de bageenses no mercado de trabalho”, manifestou o presidente da Casa, vereador Esquerda Carneiro (PTB).

Para Edson Souza, representante da Associação dos Funcionários Públicos em Defesa das Estatais e do Patrimônio Público, devesse ressaltar o espírito democrático do parlamento bageense em abrir as portas para tratar sobre o debate do tema privatização. “A composição na Assembleia Legislativa na legislatura anterior era favorável a nós. Hoje, é importante colocar na sabedoria do povo gaúcho uma tão importante decisão. E não deixar nas mãos algo tão valioso nas mãos de um gestor temporário e por uma legislação da Assembleia”, defendeu Souza.

Já no pronunciamento de Fabio Jeam, representando SindÀguas, foi de denunciar aquilo que chamou de ''desmanche do saneamento''. O fato ocorre, em sua opinião, para ocorrer o desmantelamento do setor de saneamento básico estatal das cidades e dos estados O delegado da Senergisul, Ubiratan Almeida Noble, apresentou estudos sobre a CEEE “Estamos falando de energia, setor estratégico para a população”, enfatizou ao criticar a argumentação do governo estadual que é CEEE, CRM e SULGÁS para investir em áreas essenciais da sociedade.” A sociedade tem que saber que o governo nunca colocou um centavo na CEEE. É uma mentira dizer que vendendo a CEEE sobraria dinheiro para outras áreas, a CEEE sempre se manteve com sua própria arrecadação, ao contrário, é o Estado que precisa, se utiliza, se socorre com dinheiro da CEEE via caixa único”, afirmou Noble.

Caio Ferreira, representando o Sintec a Câmara de Vereadores de Bagé, que é um grande aliado ao movimento, tanto por sua estrutura, como também por sua abrangência política. Foi neste sentido que propôs a criação de uma Comissão da Casa que possa servir de instrumento para mobilizar outros parlamentos e contribuir assim de forma concreta na defesa do patrimônio público dos gaúchos.

Quando vereador Caio foi o proponente de diversas medidas semelhantes em defesa da construção da Fase C, do Seminário Internacional do Carvão, a realização do Leilão A-5 que propiciou a construção da Usina em Candiota UTE Pampa Sul, entre outras medidas coletivas para fortalecer as bandeiras de lutas na área de energia e geração de emprego e renda. “Sempre tive uma atuação voltada em construir e somente se consegue com a unidade”, destacou o ex-parlamentar por três mandatos na Câmara de Bagé.

O representante do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira, questionou a argumentação do governador que em razão do estado estar quebrado não há outra alternativa a não ser aderir ao regime de recuperação fiscal, além disso, Eduardo Leite ao querer cumprir com seu pensamento de venda das estatais gaúchas enviou para o parlamento uma proposta que impede das pessoas possuírem o direito democrático de poder discordar dele como governador eleito.

“É preciso fazer um apelo aos seus deputados para que eles votem pelo que está escrito na constituição gaúcha”, solicitou Ferreira aos vereadores presentes.

Adriano Castro dos Santos Prefeito de Candiota afirmou que todas as propostas e pensamentos apresentados no ato formam o que ele chamou de “um raciocínio em defesa de nossas estatais” e acrescentou com relato das ações feitas em Porto Alegre no decorrer desta semana, uma delas na Assembleia Legislativa defendendo as empresas públicas que o Governo do Estado quer colocar à venda, sem realizar plebiscito.