Sob protestos de servidores, deputados da CCJ aprovaram relatório que extingue plebiscito para priva
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa, aprovou por nove votos favoráveis e três contrários, com dezenas de servidores protestando a aprovação da proposta, nesta terça-feira (2), parecer favorável do deputado Edson Brum (MDB), retirando do texto constitucional a exigência de plebiscito para a venda das empresas Sulgás, CRM e CEEE. A matéria ainda deve passar por votação em plenário.
No cenário em que foi presenciado é de mais uma vez o Legislativo gaúcho ser palco de restrições ao acesso ao público na sala da reunião. Servidores, interessados nos direitos das decisões da Casa estiveram presentes ao lado do local do encontro da CCJ, cuja sessão foi suspensa depois de pedido de vistas. Porém, há uma visível urgência governista para aprovação da PEC e quando da retomada dos trabalhos a duração foi cerca de 20 minutos. Na saída, os manifestantes se dirigiram aos parlamentares que aprovaram o texto com os gritos de "golpista" e "vendido".
A situação provocou reuniões por parte de apoiadores do governador Eduardo Leite, que se mostraram preocupados com as manifestações. O suposto receio desses parlamentares, conforme servidores, é pretexto para forçarem que as galerias fiquem vazias para poderem, aí sim, pressionar os indecisos da base governista a votarem com Leite. A decisão vai ficar com o presidente Luiz Augusto Lara (PTB), em fechar a Casa do Povo Gaúcho ao seu povo ou não.
Com a decisão da CCJ, a PEC já pode ser encaminhada para ser votada em plenário. Ela precisa ser aprovada em dois turnos, com pelo menos 33 votos. Analistas garantem que governo possui maioria, assim como tinha na CCJ no plenário. Já a oposição avisou que, além da constitucionalidade, vai questionar o mérito do projeto.
Como votou os parlamentares
Votaram contra o parecer os deputados Pepe Vargas (PT), Luiz Fernando Mainardi (PT) e Juliana Brizola (PDT).
Votaram favoráveis os deputados Edson Brum (MDB), Gabriel Souza (MDB), Sérgio Turra (PP), Frederico Antunes (PP), Elizandro Sabino (PTB), Tenente-Coronel Zucco (PSL), Luiz Henrique Viana (PSDB), Elton Weber (PSB) e Fran Somensi (PRB).
Foto: Vinicius Reis