SAÚDE | Sais completa 20 anos de atividades
- Jornal Gente
- 18 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
Para auxiliar pacientes com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Hepatites e Aids, a Prefeitura de Bagé, por meio da Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência, oferece o Serviço de Atendimento Integral à Sexualidade (Sais) que, na última sexta-feira (14), completou 20 anos de atividades, proporcionando aos pacientes atendimento psicológico e nutricional, além do serviço médico e da entrega de remédios antirretroviral. O Sais atende mais de 1000 pacientes por mês, entre serviços relacionados a Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e hepatites. De acordo com a coordenadora da unidade, Rosane Gonzalez, atualmente 500 pessoas com diagnóstico da infecção por HIV estão em tratamento. “O acompanhamento do paciente é feito pela equipe multidisciplinar, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue o tratamento com medicamentos antirretrovirais”, explica. Nas consultas regulares, informa Rosane, a equipe faz a avaliação da evolução clínica do paciente. Para isso, solicitam os exames necessários e acompanham o tratamento. “Tomar os remédios conforme as indicações do médico é fundamental para ter sucesso no tratamento”, frisa. A coordenadora comunica ainda que, embora existam frequentes ações de prevenção e informação sobre a transmissão do HIV, além das testagens e busca ativa de pacientes, Bagé aparece 17º colocação do ranking de cidades do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, com detecção de casos de Aids. “Somente nos primeiros quatro meses de 2019, 18 novos casos foram diagnosticados, o que é alarmante”, enfatiza. O tratamento é totalmente gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde. O secretário de Saúde, Mário Mena Kalil, fala da importância do serviço, que atende além de pacientes da Bagé, também os municípios de Aceguá, Hulha Negra, Candiota, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Santa Maria, Uruguaiana, Rio Grande, Pelotas, Santana do Livramento, Porto Alegre e até do país vizinho Uruguai. “Oferecemos o suporte necessário para que os pacientes recebam o atendimento e a garantia do tratamento, a melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento”, disse, acrescentando ainda que a rede disponibiliza a equipe multiprofissional, facilitando o acesso ao serviço e ao tratamento. O médico infectologista e especialista em ISTs, Carlos Jeismann, disse que o diagnóstico precoce é importante para que a pessoa com o vírus HIV não desenvolva Aids e controle o vírus no organismo com os remédios disponíveis. Apesar de todos os alertas, Jeismann pontua que as pessoas continuam fazendo sexo sem preservativo. “Quando se avança no tratamento cria-se a sensação de cura e faz com que as pessoas não se previnam. A prevenção com o uso de preservativos é a única forma de evitar a doença”, complementou. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, no Brasil, existem 866 mil pessoas portadoras do HIV ou com Aids. Embora essa taxa tenha se mantido de 2016 para 2017, o índice de pessoas em tratamento aumentou, passando de 60% para 75%. Até setembro de 2018, 585 mil pessoas estavam em tratamento para Aids. O Sais está localizado na rua Bento Gonçalves, 430, e passa por reforma na estrutura física, o que deixará o ambiente mais adequado para acolher e acompanhar os usuários do serviço. Sobre a reforma, Mena destaca que as adequações do local são necessárias. “Nós queremos humanizar e oferecer mais conforto aos pacientes”, diz. A unidade oferece gratuitamente os insumos de prevenção (preservativo masculino, preservativo feminino e gel lubrificante), sem restrições de quantidade e sem necessidade de identificação do usuário, que também podem ser retirados em todas as unidades de saúde. O SAIS funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h e das 13h30 às 17h.
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